Pesquisar este blog

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Diagnóstico por imagem em CTBMF

Execelente aula retirada do blog do Dr. Mario Serra Ferreira (www.buomaxilofacial.blogspot.com), que esperamos contribuir para o conhecimento dos nossos leitores.

A importância dos Raios-X é comumente verificada através dos relatos literários e da visualização clínica. É indiscutível o valor cientifico de uma "tomada radiográfica". O que poucos sabem é do trajeto sinuoso dos homens de ciência até a descoberta em 1895 pelo Professor Wilhelm C. Rontgen.

No entanto, não é o intuito desta postagem esclarecer sobre tal caminho - isto é abordado por qualquer livro de física.

Iremos discutir um pouco sobre os exames solicitados por um Cirurgião Buco-Maxilo-Facial para o diagnóstico das fraturas faciais. Abordaremos as indicações e o "modus operandis" das radiografias mais indicadas.

( A título de curiosidade seguem as imagens abaixo:)


Primeira radiografia (mão da esposa de Rontgen)









Professor Wilhelm C. Rontgen.




Primeira radiografia de crânio

A Radiografia é um auxiliar inestimável para o diagnóstico das fraturas faciais e cranianas, mas a prevenção e o tratamento do choque devem ter prioridade sobre o exame radiográfico. O exame radiográfico rotineiro é de pouca valia para o paciente que esteja morrendo por uma hemorragia intracraniana, pneumotórax ou por um rompimento visceral. Quando as condições do paciente o permitir, estudos de radiografia faciais devem ser feitos. (Dingman)

Prado&Salim (2004), citam que em qualquer procedimento cirúrgico é indispensável a prescrição de imagens para o planejamento. Gerlock (1981) conclui que após uma cuidadosa avaliação clínica da área facial, devem ser feitas radiografias afim de receber informação adicional sobre as injurias faciais.

Peterson cita que para a análise radiográfica da região facial deve-se, sempre que possível, solicitar duas radiografias em normas diferentes, afim de tentar "tridimensionalizar" as estruturas faciais.

É reconhecido por todos que as fraturas dos ossos faciais são difícies de serem demonstradas por radiografias. No terço médio da face, a sobreposição de ossos podem mascarar o local da fratura.

As fraturas faciais podem ser diagnosticadas por Radiografias intra-oral, extra-oral, panorâmicas e Tomografias Computadorizadas.





  • Periapical - Não é indicada para o diagnóstico de F.F. O seu uso está diretamente ligado a observação das fraturas dento-alveolares.



  • Oclusal - Usada principalmente para visualização das fraturas mandibulares (área de sínfise)

Uma desvantagem interessante é o fato de que a maioria dos hospitais não estão equipados com aparelhos de radiografia odontológicos (intra-oral).

As radiografias extra-orais devem ser solicitadas com base nos planos anatômicos. É importante lembrar do fato de que os objetos mais próximos do filmes sofrem distorção menor. Sendo assim, a PA do crânio é melhor para analisar as estruturas faciais do que a AP.


PLANOS ANATÔMICOS






  • Plano Transversal ou Axial - É horizontal e divide o corpo em porções superior (cranial ) e inferior ( caudal ).

  • Plano Sagital ou lateral - É vertical e se estende da frente para trás, derivando seu nome da direção da sutura sagital do crânio. Também pode ser denominado plano ântero-posterior. O plano sagital mediano, médio sagital, divide o corpo em metades direita e esquerda.


  • Plano Coronal ou frontal - É vertical e se estende de um lado para outro, derivando seu nome da direção da sutura coronal do crânio. Também denominado plano frontal ou lateral, e divide o corpo em uma parte anterior e uma posterior.
Radiografias
de Norma Coronal


  • P.A. de Crânio - A projeção póstero-anterior é usada para inspecionar o crânio no plano antero-posterior, e provê meios de localizar mudanças em uma direção médio-lateral. Não são sobrepostos os lados esquerdo e direito das estruturas faciais em um plano, diferentemente da projeção lateral de crânio. Não é efetiva para estudar o seio maxilar, devido à superposição de outras estruturas cranianas aos seios.
    Um chassi 20x25 cm é usado com telas intensificadoras. O chassi pode ser segurado em posição pelo paciente, mas algum tipo de porta-chassis é preferível. O paciente é posicionado com o nariz e fronte tocando o chassi. O feixe central é dirigido a uma angulação vertical de zero grau, apontando para a protuberância occipital externa.



1.Sutura sagital
2.Sutura coronal
3.Sutura Lamdóidea
4.Lamina externa e interna do Parietal
5.Canais diplóicos
6.Fossa cranial
7.Asa menor do Esfenóide
8.Seio Frontal
9.Crista Galli
10.Orbita
11.Fissura orbital superior
12.Fundo da asa maior do Esfenoide
13.Parte petrosa do Temporal
14.Seio esfeinoidal
15.Lâmina papirácea
16.Forame redondo
17.Processo frontal do Zigomático
18.Processo mastóideo
19.Côndilo da mandibula
20.Linha obliqua
21.Crista zigomática-alveolar
22.Osso Zigomático
23.Seio maxilar
24.Cavidade nasal, conchas e septo
25.Base do crânio
26.Processo estilódeo
27.Processo transversal do Atlas
28.Ângulo da Mandibula
29.Canal da Mandíbula
30.Sutura intermaxilar

  • P.A. oblíqua da face - WATERS - A visão de seios é uma variação da projeção PA, que aumenta o terço mediano da face e é útil no diagnóstico de seio maxilar e outras patologias que acometem o terço mediano da face. É usada para diagnosticar traumatismo dos ossos nasais e do Complexo zigomático-orbitário. Difere da PA por posicionar o paciente com a boca aberta, enquanto o nariz e o queixo tocam o chassi. O feixe central é dirigido novamente à protuberância occipital externa, passando pela espinha nasal anterior e uma FFD de 91 cm é usada. Um tempo de exposição comum a 65 kVp e 10 MA seria 15 a 20 impulsos.
1.Sutura sagital
2.Seio frontal com septos                          3.Crista Gali
4.Lamina crivosa do Etmóide                    5.Osso Nasal
6.Órbita                                                    7.Asa maior do Esfenóide
8.Asa menor do Esfenóide                        9.Fossa craniana
10.Canal óptico                                       11.Fissura orbital superior
12.Canal infra-orbitário                            13.Forame redondo
14.Etmoide                                              15.Septo nasal ósseo
16.Concha nasal                                      17.Seio maxilar
18.Osso Zigomático                                19.Processo frontal do Zigomático
20.Sutura fronto-zigomática                      21.Arco zigomático
22.Crista zigomático alveolar                    23.Processo condilar da Mandíbula
24.Linha Oblíqua                                     25.Célula mastóidea
26.Parte petrosa do Temporal                  27.Espinha nasal anterior
28.Espinha nasal posterior                        29.Seio esfenoidal
30.Osso Occiptal                                     31.Dorso da lingua

Nenhum comentário: